sexta-feira, 10 de maio de 2013

Literatura Santanense III


Conforme falei nos posts anteriores... Para ler o primeiro clique aqui... o segundo clique aqui
Estou retirando trechos do livro do Geraldo Mastella,  que tem por título: AUTORES SANTANENSES DO PASSADO.



No total são 94 autores no livro, quem tiver interesse de adquirir esta obra ela encontra a venda na livraria MARCO ZERO LIVROS ( End: Conde de Porto Alegre, 465 - Fone:  3241-5317)



DANIEL D`EGLIA PERLUNGIERI


     Nasceu em Sant`Ana do Livramento em 15 de maio de 1889.
     Agricultor, comerciário, jornalista e poeta.
     Não frequentou nenhuma academia. Sua alfabetização foi muito pouca, tendo apenas completado os estudos primários no colégio da professora Altina Severo, em sua terra natal.
     Descendente de família economicamente modesta , foi auxiliar de seus pais nas rudes lidas da agricultura e depois aprendiz de sapateiro, para cujo oficio não tinha vocação. Depois passou a trabalhar no comercio, primeiro com um pequeno armazém no local onde nascera, o Passo da Lavadeira, e apos, como empregado do comerciante Albino Chiappini, estabelecido a então rua 29 de junho, esquina Barão do Triunfo, onde travou relação com  Phidias Rodrigues que, ao dar-se conta do que ele tinha bem pronunciados dotes poéticos, deu-lhe alguns conhecimentos de metrificação e alentou-o suficiente para faze-lo sacerdote da arte poética, e nos jornais que teve deu publicidade aos seus versos. Daniel Perlungieri surgiu no cenário literário " já com a profunda  e arraigada intuição de um predestinado", conforme citação do historiador, a sorte sempre lhe foi adversa, tendo sido sua existência luminosa e efêmera.
     Em homenagem a este ilustre santanense, registra-se uma das poucas produções que deixou  e que e um padrão de seu ostro fecundo e brilhante , o qual serve de orgulho a todos os seus conterrâneos:

IMPOSSÍVEL 


Não, tu não podes compreender o quanto
Vai de minh`alma as paginas que lês,
Para traca-las eu emprego, em vez
De tinta, o fel deste meu pranto!

E nem tentes saber porque meu canto
Traz da tristeza o luto que agora vês;
Ele - que e rude por demais talvez
Não te dira o meu ultimo quebranto!

Ergue pois, este olhar, casta crença!
Não lhe deixes assim estar atento
Onde, por mais q'indagues, não alcança

Desvendar esse arcano inexprimível!
 Ele, o olhar e mesmo o pensamento
Estacam na muralha do impossível! ...



Faleceu em Genova, Italia, em 15 de novembro de 1912.

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